Como a cor da pele dos seres humanos evoluiu geograficamente


A pele é o maior órgão do corpo humano, servindo como proteção contra os elementos. Essa proteção é essencial na composição biológica das pessoas sendo que cada indivíduo possui uma cor de pele única. Até recentemente, essa diferença de cor – variando de um tom de pele muito claro à um muito escuro – havia sido mal interpretada. Uma pesquisa recente traz novidades sobre as forças por trás da evolução da cor da pele em diferentes regiões; uma tática de sobrevivência que data de nossos ancestrais.

Novas pesquisas

Em um estudo publicado no Jornal da Evolução Humana (Journal of Human Evolution), pesquisadores da Academia de Ciências da Califórnia discutiram a correlação entre a cor da pele, a região geográfica e a absorção de vitaminas. Estes dois últimos elementos podem ser as forças motrizes por trás da evolução das muitas variações da cor da pele dos seres humanos.

Este estudo mostra que a resposta do corpo humano à luz ultravioleta (luz solar), depende muito da cor da pele.

Naturalmente presente em vários alimentos, o ácido fólico, ou folato, vitamina hidrossolúvel do complexo B, é necessário para o crescimento saudável das células do corpo humano. Em um estudo de 1978, verificou-se que uma hora de luz solar intensa pode reduzir significativamente os níveis de folato nos indivíduos com pele clara. Baixos níveis de folato em mulheres durante a gravidez podem ter efeitos graves no bebê no momento do nascimento, incluindo defeitos do tubo neural. Os pesquisadores acreditam que nossos ancestrais que viviam em ambientes tropicais ou próximos do equador desenvolveram um tom de pele escura para proteger suas reservas de folato contra os efeitos nocivos da luz solar intensa.
Embora esse tom de pele escura tenha ajudado a reduzir a deficiência de folato em nossos primeiros ancestrais, provavelmente comprometeu seus níveis de vitamina D quando eles migraram para longe do equador em regiões com luz solar mais fraca.
A vitamina D é uma vitamina essencial que ajuda o corpo a absorver o cálcio e é produzida principalmente a partir de luz solar. A falta de vitamina D no organismo pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo raquitismo e osteoporose.

Como a luz solar não penetra a pele escura com facilidade, os pesquisadores acreditam que a pele foi ficando mais clara conforme as pessoas migraram para regiões com pouca luz ultravioleta ajudando assim a produzir quantidades adequadas de vitamina D. Para mostrar essa correlação, os pesquisadores compararam medições de luz ultravioleta globais com os dados de cor da pele de mais de cinquenta países, e descobriram uma ligação única entre a baixa luz ultravioleta e a pele clara.

Acredita-se que a evolução da cor da pele tenha ajudado os seres humanos a se adaptar a diversos ambientes ao redor do mundo e sobreviver de uma geração para a seguinte. Nossos primeiros antepassados ​​ que viviam em regiões de alta luz ultravioleta, perto do equador, desenvolveram um tom de pele escura para manter os seus níveis de folato, enquanto os ancestrais que viviam em regiões de pouca luz ultravioleta, longe do equador, desenvolveram um tom de pele clara para manter seus níveis de vitamina D. Hoje em dia, as regiões são mais diversificadas. Com a ajuda da ciência moderna e suplementos vitamínicos, no entanto, estamos mais bem equipados para viver em ambientes que podem não ser o ideal para o nosso tom de pele.

O seu tom de pele combina com o ambiente que você vive?

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